Roteiro geológico pelos monumentos e edifícios históricos da cidade de São Paulo (2001)
- Authors:
- Autor USP: STERN, ANDRÉ GIANOTTI - IGC
- Unidade: IGC
- Subjects: MONUMENTOS HISTÓRICOS; ROCHAS ORNAMENTAIS
- Language: Português
- Abstract: A utilização de rochas em diferentes tipos de construções é um fato notório na maioria das civilizações do nosso planeta. Desde as antigas civilizações as rochas são usadas na construção de fortalezas, templos, casas, palácios, castelos e muros, o que toma as ruinas e construções históricas em preciosas fontes de informações sobre o passado tecnológico, social e econômico destes povos. Assim, a rocha passa a ser um testemunho não somente da evolução natural da Terra, mas também um importante registro das culturas que precederam a nossa. O uso da rocha em edificações envolve um significado prático devido à sua facilidade de obtenção e durabilidade. A escolha esta intimamente relacionada aos aspectos estéticos (artísticos) das rochas, em detrimento de suas características geológicas, tais como composição mineralogia e química, textura, estruturas primárias e secundárias, fatores estes relacionados à constituição dos materiais e de fundamental importância no seu desempenho tecnológico. Neste Roteiro Geológico, o estudo de rochas ornamentais utilizadas em monumentos históricos e fachadas de edifícios da Cidade de São Paulo permite traçar uma relação dos principais tipos de rochas utilizados nestas construções, em função do período histórico, econômico e social da cidade. A presença de grande quantidade de mármores e outras rochas carbonáticas europeias, provenientes principalmente da Itália, na segunda metade do século XIX e primeira do século XX, em edifícios e monumentos, indica forte influência de técnicas e conceitos então em voga na Europa sobre os engenheiros e arquitetos que atuavam na cidade. Esta influência é bastante evidente quando se observa o Teatro Municipal (1911), externamente revestido pelo Arenito Itararé, proveniente de Iperó (SP) e pelo granito cinza de Itaquera (SP) e o Mosteiro de São Bento (1907), revestido externamente pela composição do granito róseo de Itu (SP)e pelo granito cinza de Itaquera, sendo que ambos são revestidos internamente por uma miscelânea de mármores (oficalcíticos, brechados, estilolíticos e fossilíferos) importados, da Europa. Pode-se contrar edifícios totalmente revestidos por rochas carbonáticas com estruturas biogênicas preservadas, provavelmente procedentes da ltália, como o Edifício do Banco Banespa (1939) no Viaduto do Chá. No entanto, a partir dos anos 50, houve um avanço nas técnicas de exploração e beneficiamento de rochas nacionais, permitindo o aumento da produção e melhor aceitação no mercado interno de rochas como gnaisses, granitos, rochas granitoides, sienitos, entre outros. Estas modificações se refletem nas construções a partir deste período, onde há uma predominância de material doméstico com menor uso de rochas importadas. Como exemplo, pode-se destacar a Catedral da Sé (1954), revestida externamente pelo granito porfirítico cinza de Sorocaba(SP)e o Banco do Brasil (na esquina da avenida São João com a rua Líbero Badaró) também externamente revestido pelo charnoquito verde de Ubatuba (SP). A substituição dos mármores e rochas carbonáticas importado por materiais nacionais deve-se também ao fato das primeiras serem menos duráveis e mais susceptíveis aos ataques intempéricos, resultando em fácil dissolução e desagregação do material (perda de brilho e cor), em comparação à alta durabilidade das rochas cristalinas brasileiras. Assim, a determinação da origem da rocha e o estudo das suas característicasgeológicas são essenciais para a preservação, restauro e valorização da história social, econômica, arquitetônica e geológica do Brasil. Para novas construções de edifícios e monumentos a contribuição da Geologia é decisiva na escolha de materiais duráveis com custos adequados.
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ABNT
STERN, André Gianotti. Roteiro geológico pelos monumentos e edifícios históricos da cidade de São Paulo. 2001. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/18777db1-d762-4d0c-bcc5-8b4c2055875c/Stern__A._G._-_2001_-_Roteiro_geol%C3%B3gico_pelos_monumentos_e_edif%C3%ADcios_hist%C3%B3ricos_da_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo.pdf. Acesso em: 25 mar. 2025. -
APA
Stern, A. G. (2001). Roteiro geológico pelos monumentos e edifícios históricos da cidade de São Paulo (Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/18777db1-d762-4d0c-bcc5-8b4c2055875c/Stern__A._G._-_2001_-_Roteiro_geol%C3%B3gico_pelos_monumentos_e_edif%C3%ADcios_hist%C3%B3ricos_da_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo.pdf -
NLM
Stern AG. Roteiro geológico pelos monumentos e edifícios históricos da cidade de São Paulo [Internet]. 2001 ;[citado 2025 mar. 25 ] Available from: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/18777db1-d762-4d0c-bcc5-8b4c2055875c/Stern__A._G._-_2001_-_Roteiro_geol%C3%B3gico_pelos_monumentos_e_edif%C3%ADcios_hist%C3%B3ricos_da_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo.pdf -
Vancouver
Stern AG. Roteiro geológico pelos monumentos e edifícios históricos da cidade de São Paulo [Internet]. 2001 ;[citado 2025 mar. 25 ] Available from: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/18777db1-d762-4d0c-bcc5-8b4c2055875c/Stern__A._G._-_2001_-_Roteiro_geol%C3%B3gico_pelos_monumentos_e_edif%C3%ADcios_hist%C3%B3ricos_da_cidade_de_S%C3%A3o_Paulo.pdf
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