Fácies e ambientes sedimentares no varvito e rochas associadas de Itu (subgrupo Itararé, Neopaleozóico ) (1998)
- Authors:
- Autor USP: GALANTE, GIOVANNA CRISTINA SETTI - IGC
- Unidade: IGC
- Subjects: PETROLOGIA SEDIMENTAR; MAPEAMENTO GEOLÓGICO
- Language: Português
- Abstract: O presente estudo objetivou descrever e interpretar as fácies e ambientes sedimentares do varvito e rochas associadas do Subgrupo Itararé (Neopaleozóico), aflorantes nas cercanias da cidade de ltu, SP A pesquisa baseou-se em mapeamento geológico e na análise estratigráfica e sedimentológica das rochas em questão. A área mapeada, com cerca de 10Km², abrange a maior parte dos afloramentos do chamado varvito de Itu, inclusive sua principal ocorrência, situada no Parque Ecológico do Varvito. A abordagem litoestratigráfica utilizada no mapeamento e na análise estratigráfica e sedimentológica baseou-se no reconhecimento e caracterização de litofácies sedimentares e análise do seu arranjo em termos de associações e relações espaciais. As associações foram então interpretados em termos dos seus prováveis ambientes deposicionais. Com base nesses elementos, as principais fases da história deposicional da área foram caracterizadas e um modelo sedimentar proposto. Cinco associações de fácies foram identificadas e caracterizadas no Subgrupo Itararé -Associação ritmitos irregulares (RI). -Associação folhelho/ siltito/ arenito fino (FSA). -Associação arenito/diamictito maciço e estratificado (AD). -Associação ritmitos regulares (= varvito) (RR). -Associação ritmitos de siltito argiloso (RSA). A associação RI correspondem a turbiditos distais, depósitos de fluxos de detritos e de suspensão. A associação FSA inclui depósitos lamosos argilosos, sílticos e arenosos formados por decantação de suspensão, em corpo de água esporadicamente afetados por correntes tracionais de fundo. A associação AD inclui depósitos subglaciais e de águas de degelo, sob a forma de deltas, junto a margem da bacia deposicional, que passam distalmente, no interior da bacia, a turbiditos arenosos e depósitos de fluxo de detritos glaciogênicos. A associação RR corresponde a depósitos rítmicos regulares formados de pares de litologias,depositados par correntes densas de fundo e decantação de suspensão, provavelmente controlados sazonalmente (varvito). A associação RSA inclui ritmitos regulares de granulação mais fina formados por processos similares aos RR, em condições distais, extremamente decompostos e oxidados. As relações espaciais entre as associações de fácies demonstradas no mapa, perfis geológicos e seções estratigráficas levantadas permitem interpretar os principais aspectos da história deposicional da área. Esta implica na instalação de amplo corpo de água na região documentada pelos depósitos lamosos da Associação FSA. A influência glacial na sedimentação é evidenciada pela ocorrência rara de clastos caídos e pelos depósitos da Associação RI. A distribuição das litofácies e alguns poucos elementos paleogeográficos (estrias e dados de paleocorrentes) sugerem que o corpo de água ocupava uma espécie de golfo ou entalhe na margem da bacia do Paraná, que se abria em direção NW. A fase seguinte corresponde ao avanço da geleira rumo a margem da bacia, provavelmente adentrando-se nela aterrada. Depósitos subglaciais e subaquosos da Associação AD denotam oscilações na posição da margem do gelo. Detritos glaciogênicos acumulados na encosta da bacia foram remobilizados e redepositados internamente na bacia através de correntes de turbidez e fluxos de detritos. Acompanhando o recuo do gelo, ritmitos regulares foram formados sob controle sazonal, passaram a se depositar no corpo de água. A presença relativamente frequente de clastos caídos e outras depósitos de detritos glaciogênicos nos ritmitos implica em contato permanente entre a frente da geleira e o corpo de água. O padrão de variação das espessuras dos pares litológicos parece refletir afastamento gradual da geleira. Fósseis diagnósticos não foram encontrados nas rochas estudadas e, deste modo, a natureza do corpo de água, se marinha ou de água doce, não foinão foi totalmente esclarecida. Dados sedimentoló6gicos, palinológicos e paleomagnéticos indicativos de similariedades entre os ritmitos regulares e varves pleistocênicos, entretanto, implicam em condições de água doce para a deposição do varvito de Itu. Fácies correspondentes a fases deposicionais posteriores a Associação RSA não estão preservadas na área mapeada. O mapeamento geológico demonstrou que a matéria prima utilizada na indústria cerâmica de Itu provém de três diferentes associações de litofácies estudadas RI, FSA e RSA, cujas características foram estabelecidas por análise granulométrica.
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ABNT
SETTI, Giovanna Cristina Xavier. Fácies e ambientes sedimentares no varvito e rochas associadas de Itu (subgrupo Itararé, Neopaleozóico ). 1998. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. Disponível em: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/89f4f75d-f405-4751-985d-ef69b8a375fd/Setti__G._C._X._-_1998_-_Facies_e_ambientes_sedimentares_do_varvito_e..pdf. Acesso em: 24 jun. 2025. -
APA
Setti, G. C. X. (1998). Fácies e ambientes sedimentares no varvito e rochas associadas de Itu (subgrupo Itararé, Neopaleozóico ) (Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/89f4f75d-f405-4751-985d-ef69b8a375fd/Setti__G._C._X._-_1998_-_Facies_e_ambientes_sedimentares_do_varvito_e..pdf -
NLM
Setti GCX. Fácies e ambientes sedimentares no varvito e rochas associadas de Itu (subgrupo Itararé, Neopaleozóico ) [Internet]. 1998 ;[citado 2025 jun. 24 ] Available from: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/89f4f75d-f405-4751-985d-ef69b8a375fd/Setti__G._C._X._-_1998_-_Facies_e_ambientes_sedimentares_do_varvito_e..pdf -
Vancouver
Setti GCX. Fácies e ambientes sedimentares no varvito e rochas associadas de Itu (subgrupo Itararé, Neopaleozóico ) [Internet]. 1998 ;[citado 2025 jun. 24 ] Available from: https://bdta.abcd.usp.br/directbitstream/89f4f75d-f405-4751-985d-ef69b8a375fd/Setti__G._C._X._-_1998_-_Facies_e_ambientes_sedimentares_do_varvito_e..pdf
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